Grácio Freitas - REVISTA ARTE AKN entrevista Grácio Freitas

por: Luís Fernando Graça


- Como descobriu que a arte era o seu caminho?
Não descobri, sempre esteve comigo desde muito pequeno, tinha uma grande facilidade com o trabalho manual, fiz de tudo: Construção de casas, igrejas, pontes, autênticas cidades tudo em cartão, com as caixas dos sapatos vendidos na mercearia, coladas com farinha, muitas peças em (corcodia) casca de pinheiro, outras em madeira com os restos de um tanoeiro vizinho, e ainda desenhos essencialmente, copia das imagens dos livros, do catecismo lembra-me eram muito coloridas, por isso, daí à pintura foi um passo.

- Que materiais mais usa?
Essa é uma pergunta a que eu respondo, todos, desde que me de jeito, só para esclarecer num encontro de pintura levei dos rodos de limpeza, um cortado para servir de pincel para o desenho, outro para as manchas, no final vendi a tela abstracta que serviu de paleta, mas referindo-me a tintas o meu eleito é o acrílico, mais recentemente fiz trabalhos em acrílico aguarelado, consegui dar às telas uma luminosidade próxima das aguarelas, mas talvez ainda mais acentuada.

- Que temas mais o influenciam?
Considero-me um pouco trapalhão, muitas das pessoas da área das artes plásticas diz que eu devia criar um estilo e ser mais rigoroso nos temas, mas eu desisti, porque cheguei à conclusão que deve ser uma pasmaceira passar uma grande parte da vida sempre a pintar o mesmo, só para que os outros reconheçam.

- Projectos de futuro?
Ficou respondido mais ou menos na pergunta anterior, vou continuar a fazer o que na altura se apresentar como inspiração, e quando ela vier que me apanhe a trabalhar.

- Como vê a cultura em Portugal?
Não vejo o meu trabalho muito por esse lado, detesto as classificações de artista e outras. Já fui Impressionista, Fauvista, Expressionista, houve uma altura que pensei iria só enveredar pelas texturas, com massas e outros materiais, mas não, e estou satisfeito com isso.

- Que mensagem deixava a quem está agora a dar os 1ºos passos?
A mensagem é muito simples, e esta ideia veio de algumas biografias de pintores, que para o fim da vida trabalhavam 14 a 16 horas por dia, a quem gostar das artes eu dou a solução para que tudo lhe poça correr de feição. Trabalho, trabalho, trabalho ...
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